sábado, 6 de julho de 2019

Imagem do intangível

   "Nós medimos a grandeza de uma pessoa 
através da quantidade de coisas que ela consegue suportar."

Patriarca Moy Yat (1938 - 2001)


   O mês de junho possui um significado muito importante às famílias que compõem o Grande Clã Moy Yat, em virtude do natalício de nosso patriarca.
   Assim como eu e outros irmãos-Kung Fu, todo o contato que temos com nosso Si Taai Gung, bem como todos os meandros de sua vida, vêm dos relatos da vivência de Si Fu com o proeminente patriarca, até seu falecimento no ano de 2001.
   Algo que tenho compreendido aos poucos é que, não importa se sua memória é boa ou ruim para guardar histórias, a relação permitirá que elas permaneçam em nosso subconsciente, de forma latente, só esperando o momento certo para serem novamente relembradas, assim como o próprio Kung Fu: ele existe e sabemos, surgindo quando menos esperarmos.



   A foto acima foto é emblemática, podendo estar facilmente dentre os mais importantes registros feitos da carreira de Si Fu no Sistema Ving Tsun, momento o qual ele faz o Baai Si diretamente com seu Si Gung.
   Si Taai Gung Moy Yat foi um grande artista. Por que não dizer que ele continua sendo? Suas obras e contribuições em todas as áreas em que atuou, continuam a ser compartilhadas até hoje. Um homem de tamanha erudição não somente no campo das artes marciais, mas seu conhecimento também fazia-se presente pela inscultura sigilar (arte de insculpir selos), na pintura com seus Blush Strokes, tendo ainda estudado outras manifestações artísticas.




   Um de seus grandes legados, oriundos do convívio com seu próprio Si Fu, o Patriarca Ip Man, está impresso no que conhecemos por Sam Faat, termo presente em todas as escolas que desenvolvem a Denominação Moy Yat Ving Tsun, é o que conhecemos por VIDA KUNG FU. 
   A riqueza e a importância deste tipo de vida em favor do desenvolvimento do que acredito ser o Kung Fu, reside no fato de que, muito mais do que praticar técnicas até a exaustão, o bom Kung Fu, em tese, poderá ser acessado e compreendido através de atividades consideradas triviais, como um café da manhã, um almoço, mas que, muito mais do que uma conversa de amigos, será uma conversa com um propósito, o desenvolvimento do Sam Faat.
   Falar sobre Si Taai Gung Moy Yat é como rememorar um bisavô o qual o bisneto não teve oportunidade de conhecer, mas que se sente próximo ele por lembrar que ambos têm em comum a data do natalício: o dia 27 de junho.



   Quando pensei em um título para esta publicação quis que ficasse claro como entendo a figura de nosso Patriarca.
   Primeiramente havia pensado algo como "Imagem do Invisível", mas, eu estaria reduzindo sua representatividade a uma mera questão material, quando na verdade, seu legado faz-se presente constantemente, logo, seu legado não pode ser invisível. Até que cheguei à conclusão de que, seria mais coerente ele ser intangível. No entanto, no momento em que escrevia esta publicação, outros significados surgiram. 
   Tendo como referência bibliográfica uma das maiores obras que já pude ler com o tema Ving Tsun, a obra "O Livro de Pedra do Ving Tsun", de autoria do renomado Mestre Leonardo Mordente (11ª GVT), é dito que "associar Moy Yat ao Ving Tsun é significar Ving Tsun puro".
   E sobre este Ving Tsun puro, não é preciso ir muito longe para compreendê-lo. Acredito que trata-se de um Ving Tsun que, muito mais do que com a presença dos punhos, faz-se com a presença do coração.





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