sábado, 11 de maio de 2019

História e Memória

            Enfim começo este novo projeto com a minha primeira publicação como o "biógrafo" da Família Moy Jo Lei Ou.
            No entanto, eu diria, que a missão de biógrafo nunca recaiu inteiramente sobre mim, de fato, uma vez que cada irmão e irmã Kung Fu têm suas parcelas de responsabilidade ao escreverem sobre a nossa família kung fu. Portanto, alterando minha frase original, eu diria que sou aquele quem centralizará as histórias da Família Moy Jo Lei Ou a fim de criar um acervo - um super acervo -, sobre uma história tão bonita e que toca os corações de cada um dos discípulos e To Dai de Mestre Julio Camacho de maneiras tão distintas.
            Agradeço ao Si Fu e à Si Mo por confiarem uma tarefa tão importante a um aprendiz de historiador (risos).

Sejam bem-vindos às HISTÓRIAS DA FAMÍLIA MOY JO LEI OU!


 Inauguração oficial do Núcleo Jacarepaguá.


         Utilizando o "ofício de historiador", termo utilizado pelo célebre historiador Marc Bloch, este blog trará uma dualidade importante: mais do que um local destinado às histórias da Família Kung Fu, ele mostrará diversas nuances da relação Si Fu-To Dai. Com um olhar mais intimista, junto ao Si Fu e dezenas de fotos que utilizaremos como nossas fontes primárias, registros importantes de tantos anos de sua atuação e dedicação ao Sistema Ving Tsun.
          Mais até do que a dualidade dita anteriormente, o projeto faz um resgate muito oportuno sobre momentos vividos por Si Fu, cujo efeito será a fundação da Família Moy Jo Lei Ou.
        A foto acima, por exemplo, justifica a proposta por si só. Ao olhar para ela vemos um dos momentos mais importantes na carreira do Si Fu, a inauguração do primeiro núcleo sob sua direta responsabilidade, muito antes de tornar-se Mestre. Eu poderia dizer que na foto vemos a "ideia embrionária" do que hoje conhecemos por Núcleo O2 - Barra da Tijuca!
         A legitimidade do processo retratado na foto pode ser explicada pela construção de um remoto processo relacional: de Yim Ving Tsun a Moy Yat, chegando em Leo Imamura e transmitido a Julio Camacho.
           Séculos de uma árvore genealógica com extensas ramificações!



A partir de um único elemento, Si Fu pode construir e contar todo o contexto do momento retratado.

          O mesmo tempo que eu tenho de família Kung Fu é o tempo que eu já pude ouvir dos meus si hing, diversas vezes, o quanto devemos investir na relação com Si Fu. Por exemplo, eu teria tomado medidas e me precavido melhor para decisões já tomadas. Após esses eventos, posso dizer tranquilamente que assim como o Ving Tsun, se na vida você não tiver responsabilidade ou maturidade para arcar com o próximo movimento, nossa única ação será aceitar o golpe que irá entrar por termos abrido mão de nossa sua linha central. Mas que bom que eu percebi isso a tempo de retomar minha relação com Si Fu.
       Hoje, eu posso sentar com ele ao menos uma vez na semana, conversarmos sobre estas mesmas dezenas de fotos de sua carreira, poder tornar cada vez mais sólida essa relação e ser capaz de enxergar os elementos que compõem uma foto como esta última.
        Quantas pessoas você vê acima? Um observador comum, digo, fora do contexto marcial, diria "três". Mas, e se usarmos um olhar próprio do Kung Fu? Depois de ouvir de Si Fu, a resposta ficou mais clara, evidentemente. Na foto temos seis pessoas que dão o tom de importância ao registro : 1- Si Tai Po Helen Moy, 2- Si Gung, 3- a bicicleta ergométrica na foto, o elemento que gerou uma das histórias mais emblemáticas sobre Si Tai Gung Moy Yat, 4- Si Suk Marcelo Abreu, 5- o próprio Si Tai Gung Moy Yat montado na bicicleta e por fim, não menos importante, o próprio Si Fu, que foi o responsável pelo belo registro.



Registro da primeira entrevista concedida por Si Fu ao blog numa manhã sensacional!


          A entrevista ocorrida na manhã da última quinta no mo gun, momento em que foi gerado o primeiro material destinado ao acervo, passou a ter um clima muito mais acolhedor quando Si Fu decidira compartilha-la com os demais irmãos Kung Fu.
          Com esse gesto, ele pode explicar e contar a todos como se deu a dinâmica entre Si Tai Gung Moy Yat e a famosa bicicleta ergométrica, relatada na foto anterior.
           Por fim, ressalto o quão oportuna vem a ser a participação neste projeto. No fundo eu sabia que, cedo ou tarde, eu seria um dos praticantes que viriam a contribuir para o desenvolvimento da minha Família Kung Fu, após ouvir tantas histórias de tantos outros si hing que deixaram suas marcas impressas nas Histórias da Família Moy Jo Lei Ou.
           Quanto às participações nas entrevistas, evidentemente que quanto mais pessoas puderem participar, abrilhantarão ainda mais o processo, tornando a experiência única e rica para todos!

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